segunda-feira, 23 de junho de 2014

RELEMBRANDO JAMIL SNEGE

Azar e Sorte teimam e lutar até a morte! Sorte dos que tiveram a chance de ler suas palavras. Azar de quem o conheceu tardiamente. As palavras de Jamil Snege estão por ai, ainda fora de catálogo, mas disputadas nos sebos da vida. Um cadinho antes de 2001 eu li uma mensagem do “Turco” numa campanha publicitária do governo do estado e dias depois o conheci nesses corredores de televisão onde todo mundo caminha a passos largos. Não resisti em lhe cumprimentar e elogiar aquela sua mensagem. Simpático, rodeado de amigos, lá se foi.
Uma única vez de encontro, mas de tamanha importância. Em 2003 Jamil partiu e a literatura paranaense ficou pobre. Azar o meu, de novo, porque antes, encontrei com aquela Helena Kolody, numa manhã de sol na feira da Praça Rui Barbosa. Simpática ela, fervilhava poesia no olhar e no sorriso tênue. Lá se vão esse onze anos desde que o Jamil pegou o trem da eternidade e ei que aparece no fundo de uma gaveta solitária de escrivaninha surrada um exemplar do seu livro “Como (eu) se fiz por si mesmo”. Pena não estar autografado e azar de quem o recebeu e pelo estado de novinho, nem teve a curiosidade de ler. Não é de poesia a obra, mas tem poesia em várias linhas. É história de vida, da vida do piá curitibano bem moleque, do jovem sonhador e do homem que fez das palavras o seu ofício maior. Sorte minha desta feita, porque estou lendo o Jamil e esse exemplar, me perdoem todos pelo inexplicável egoísmo, não será emprestado ao léu. A menos que o interessado assine um termo se comprometendo a devolver impecavelmente o livro. Azar e Sorte são assim mesmo, seguem trocando de lado, lutando até morte. Que o bom Deus ilumine os caminhos do saudoso Jamil Snege. (PBJ)